Ex-general cumpria pena perpétua por crimes contra a humanidade e sua morte ocorreu na prisão, em Buenos Aires, por causas naturais.
O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla morreu nesta sexta-feira, dia 17, às 6h30, aos 87 anos de idade, segundo a imprensa argentina, que cita fontes ligadas à família.
Cecilia Pando, da Associação de Familiares e Amigos de Presos Políticos da Argentina (entidade de apoio a militares condenados por crimes durante o regime militar de 1976 a 83), disse que ele passou mal na noite da véspera, não quis jantar, e foi encontrado morto pela manhã.
Condenado a duas penas de prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos durante o seu período à frente da ditadura argentina (de 1976 a 1981), Videla estava encarcerado na prisão comum de Marcos Paz, num subúrbio a 45 quilômetros a oeste da capital Buenos Aires.
Ele vivia no ostracismo, escrevia suas memórias e rezava ao lado de uma modesta cama debaixo de um crucifixo, com quase nenhuma conexão com o mundo exterior.
Videla morreu sem demonstrar arrependimento pelos crimes cometidos contra os opositores durante a ditadura.
Além das condenações, Videla havia sido destituído de seu cargo militar pela justiça civil, decisão que nunca reconheceu.
Em sua última aparição pública, na terça-feira da semana passada, ele disse que não reconhecia o tribunal que o julgava pelo que chamou de "luta antisubversiva" durante os anos de chumbo, que deixaram até 30 mil desaparecidos no país, segundo grupos de defesa dos direitos humanos.
Aos 87 anos de idade, morre o ex-ditador Jorge Rafael Videla.
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